sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O Mercado Livreiro

Depois do fechamento da FNAC (aqui), e do pedido de recuperação judicial da Livraria Cultura (aqui), hoje foi a vez da Saraiva (aqui). Não posso mais ignorar o assunto e vou ter que escrever sobre.
Um pouco de história, para começar.
Lá nos anos 70, quando a população brasileira tinha mais de 30% de analfabetos (alguns falam em 50%), o mercado editorial era composto por grandes editoras e livrarias espalhadas pelo país. Com custos elevados de produção, as editoras eram obrigadas a fazer tiragens enormes para atingir um custo unitário aceitável. Com isso, só era possível publicar grandes autores, nacionais ou estrangeiros, mas que tinham venda certa. Qualquer coisa fora disso era um risco enorme: pequenas editoras ou a publicação de autores pouco conhecidos. O poder do mercado estava todo na mão do livreiro, que exigiam descontos e condições abusivos das editoras para venderem, mas pelo menos não eram organizados o suficiente.
Nos anos 80 duas coisas mudam. O parque industrial é modernizado, com equipamentos menores, mais baratos, de menor custo e mais confiáveis. As tiragens podem diminuir, o que permite o lançamento de mais títulos. Por outro lado, populariza-se o shopping center no Brasil. Não que os shoppings não existissem antes, mas a explosão de empreendimentos dessa natureza trouxe espaço para livrarias novas. A combinação das duas coisas deu força ao sistema de redes. Somente as redes têm condições de lidar com o aumento de títulos e de pontos de venda simultaneamente, tamanho o capital exigido para isso. É nessa época que vivem sua era de ouro a 3 grandes redes de livrarias no Brasil: Saraiva, Siciliano e Nobel. Alguns dos shoppings maiores chegavam a ter uma de cada. O poder do mercado estava na mão das redes, que exigiam condições ainda mais abusivas das editoras. Surge a prática da consignação: a livraria só compra o livro depois de vender, e paga a perder de vista. O editor fica com todo o risco da operação.
E assim estamos nos anos 90. O grande fator desse momento é o PC (personal computer). Embora caro, era viável qualquer casa de classe média ter um em casa. A disseminação dos softwares torna possível para qualquer pessoa que tivesse um ideia e um teclado escrever um livro. A oferta de títulos explode, muitas vezes com editoras operando em meio período no computador do autor, fazendo impressões em tiragens menores. Foi quando eu mesmo entrei no mercado, pela Daemon Editora. Surge, então, um novo player: o distribuidor. Ele faz um meio campo entre a editora e a livraria. Não é prático para um editor sozinho, com 3 títulos em catálogo, tentar colocar seus produtos nas redes. Não é prático para o pequeno livreiro ir comprar cada título de cada pequena editora: ele não tem capital, espaço, conhecimento ou público para fazer isso. O distribuidor amortece o problema e fica com uma gorda porcentagem por isso. É ele, distribuidor, que tem o poder do mercado.
Vira o milênio, e estamos nos anos 2000. Amazon. O comércio eletrônico de grande porte nasce e muda o mundo irrevogavelmente. E tudo começou exatamente nos livros, que se diga. O consumidor adere, especialmente aquele fora dos centros urbanos. Pode ser muito lindinho visitar a livraria Cultura da Paulista, mas quando você mora a 200km dela, só pra começar a conversa, um site e três clicks resolvem de fato a compra do próximo Harry Potter. O poder migra para os grandes sites locais ou internacionais. As editoras, capazes de fazer tiragens cada vez menores, podem multiplicar seus títulos e fazem a entrega por demanda para o grande portal de vendas online. Ainda assim, as condições de pagamento beiram o ridículo. 
Chegam os anos 10. A vida é online e traz 3 novidades. Primeiramente, qualquer um pode gerenciar sua marca nas redes sociais. Qualquer um pode fazer anúncios e lançamentos. O consumidor encontra o editor com uma busca simples, e pode interagir com ele. A segunda mudança mudança é a capilarização do e-commerce. Não é mais necessário entrar em um grande site para comprar algo: pode-se comprar direto do produtor. E não se trata apenas de livros, vale para qualquer coisa. Diversos editores, sem necessariamente abandonar outros canais, focam na venda direta. Pode-se vender com desconto, pode-se vender autografado. E pode-se fazer um financiamento coletivo, a terceira mudança para compartilhar os riscos. Os grandes sites desistem dos livros físicos, exceto pela Amazon, que entendeu a migração tecnológica e partiu para o livro digital. O poder do mercado de livros digitais é da Amazon, o poder do mercado de livros físicos é das editoras

E como as redes quebraram ?
A verdade é que as redes sempre maltrataram, e muito, as editoras. Nos anos 90, com o fim da inflação, ela passaram a dilatar os prazos de pagamento para fazer giro de caixa. O que se pagava inicialmente em 30 dias passou para 45, 60 e chegou a 90. Imaginem isso: o editor já pagou pela revisão, diagramação e impressão, e está pegando pela estocagem. Precisa consignar o livro para a rede, que fecha mensalmente as vendas e paga três meses depois.
Quando a situação apertou para as redes no anos 10, a solução foi explorar ainda mais a  editora. Os espaços nas prateleiras passaram a ser vendidos. Aquela editora que pagou aquilo tudo no parágrafo acima ainda tinha que pagar coisa de 2 mil reais mensais por uma mísera prateleira para expor seus livros em uma loja e talvez (talvez !) vender alguma coisa.
Veio a quebradeira generalizada e muita editora vai ficar sem receber. Agora eu pergunto ao amigo leitor: você acha que algum editor está com peninha da Saraiva? Ou teve peninha da Nobel e da Siciliano antes?
Lasquem-se.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Já era

Em 2016 fui surpreendido pela eleição do Trump nos EUA. Foi uma lição importante sobre não acreditar em pesquisas e analistas. Também foi uma lição sobre como o cidadão comum define seu voto.
Entra 2017, e o fenômeno Bolsonaro se apresenta ao Brasil. Ato contínuo, percebo que ele tem uma rejeição em dois grupos distintos: a esquerda festiva e pessoas com um pingo de bom senso para não votarem nele e ao mesmo tempo saberem a canoa furada que é votar na esquerda. 
O primeiro grupo é mais coeso e participante. Começa a anti-campanha. Mas ela vem contaminada por um dos maiores defeitos da esquerda festiva: um incorrigível senso de superioridade moral auto-aplicado. "Nós sabemos o que é certo, então nos ouçam". E a campanha se baseia em ridicularizar tanto o candidato quanto seu apoiador. Era exatamente o que fez a campanha da Clinton nos EUA. O grupo de eleitores não de esquerda abraça a anti-campanha. Eles tem um pingo de bom senso, mas é apenas um pingo. 
Gritei na mesma hora: "Não façam isso ! Vocês vão pavimentar o caminho do cara para o Planalto assim". Ouvi respostas como "você não entende nada de ciência política" ou, menos agressivamente, "não é o mesmo cenário dos EUA".
Não é o mesmo cenário, mas há similaridades no perfil do eleitor. Os ataques seguiram, e o cara conseguiu sedimentar seu eleitorado, que nem é tão grande, mas é sólido. Aliás, é o mais sólido de todos os candidatos, composto por cidadãos de saco cheio da mais variada gama de coisas: corrupção, economia, desemprego, movimentos sociais, violência ou o cancelamento de Sense8. 
Os institutos seguiram nas mentiras de sempre. Desde 1994 apresentam valores artificialmente menores para os candidatos da direita ao longo da campanha. Passa o tempo e a candidatura dele não desinfla, como a esquerda esperava ou pelo menos torcia por.
Chega setembro de 2018.
Não tem mais como segurar a mentira nas pesquisas, então é preciso aproximar os números apresentados da realidade. Bolsonaro, falsamente apresentado com 16 a 18 % dos votos começa a subir. Chega a 20%. Acontece então a melhor coisa que podia ter acontecido: a facada orquestrada por um maluco de estrema esquerda. Agora não tem mais jeito: 23%, 26% e 28%. Já tem pesquisas falando em 33%.
E agora, a duas semanas do pleito, surge uma campanha para não mencionar o nome de Bolsonaro para evitar dar mídia para o cara. É uma estratégia de adolescentes que acham que estudam em uma famosa escola de magia, com a vantagem adicional de ainda poder chamar quem não concorda com eles de "trouxa". Lembram da arrogância moral que falei acima ? Olha ela aqui de novo.
Minha análise: já era. O cara tá eleito em primeiro turno e (muitos de) vocês ainda nem se ligaram disso. 
E assim vamos (sim, "vamos" pois todos nós fazemos parte do processo sim) eleger esse sujeito para presidente, junto a um Congresso completamente aleatório e não lhe servirá de base. Mais 4 anos sem avançar em nada.
Parabéns, Brasil.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Educação

Serei breve.
Muito se fala em Educação, não sem motivo. 
Muito se fala na falta dela, como causa raiz  (existe causa Nutella ?) de muitos, se não todos, os nossos problemas. Não sem motivo, uma vez mais.
Mas vai um recado rápido para todos os profissionais que lidam, direta ou indiretamente, com isso. 

Ensinar as sub-fases do neoclassicismo, resolver equações com Bhaskara e saber o que é uma dicotiledônea não vai resolver o problema, tá?

Vocês falam um monte em melhorar as condições das escolas e aumentar o salário dos professores. Falam em capacitar os professores. Cobram dos pais filhos comportados. Concordo plenamente com todas as demandas, sem exceção. 

Mas que tal repensar o que está sendo ensinado na sala de aula, hein? Que tal parar de ensinar inutilidades e ameaçar o aluno com nota se ele não decorar essas mesmas inutilidades? Pois sim, são inutilidades, pelo menos do modo como são mostradas. 
Quantas pessoas precisam saber o Teorema da Tales no seu dia a dia?*
Quantas pessoas usam intencionalmente orações coordenadas?*
Quantas pessoas tratam seus Complexos de Golgi no Psicólogo?*

Façam suas partes também, ok ? Podem reclamar, mas façam algo útil no meio tempo.

*uma dessas perguntas é uma pegadinha. 

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Aproveitem !

Essa greve dos caminhoneiros que assola o país há dias já deu muito mais o que tinha que dar. Não há qualquer justificativa aceitável para se parar a distribuição de combustíveis e alimentos perecíveis. Mesmo a pauta é absolutamente egoísta e, apesar disso, vejo muita gente supostamente inteligente e informada apoiando isso. Não se iluda, trouxa: é você que vai pagar essa conta...

Mas não é esse o objetivo do post. É algo mais singelo e construtivo.
É claro que a falta de combustível atrapalha centenas de milhões de pessoas. Tem muita gente com o carro na garagem tendo que achar as mais mirabolantes alternativas para se locomover...
E não é que estão achando ?
Entendo, amigo leitor, que é uma boa oportunidade para reflexão. Você realmente precisa do carro para tudo isso que faz com ele ? Veja, cada um sabe onde aperta o calo. Não estou julgando nem me metendo na vida de ninguém. Apenas sugiro essa análise.
Fiz compras a pé. Incomodou, mas consegui. Sei de pessoas que buscaram filhos na escola a pé. Outros tiveram que experimentar o transporte coletivo. Outros trabalharam de casa. Acho que vale até para as empresas repensarem essa resistência medieval ao home office.
Era isso gente. 

quinta-feira, 1 de março de 2018

Promessas de Ano Novo (2018)

Porra, mano ? Em março ?!
Pois é... antes tarde do que ainda mais tarde. Quando da virada do ano, eu ainda estava relatando minha viagem para Flórida e logo em seguida viria a rabeira das férias. Optei por adiar, para fazer direito.
Seguem as promessas de 2018:

- Prometo treinar Kung Fu
- Prometo novamente ver todas as corridas de NascarF1
- Prometo, novamente, jantar fora em um lugar legal pelo menos uma vez ao mês e pelo menos 15 vezes no ano
- Prometo manter minhas séries em dia, já que antiguidades estão pulando na frente.
- Prometo não virar vegetariano/vegano
- Prometo não votar no PT
- Prometo continuar ateu
- Prometo não comprar um carro
- Prometo não comprar um iphone
- Prometo manter limpas as contas do gmail e hotmail
- Pormeto manter as vacinas dos dogs, bem como os banhos e passeios (6x por semana) em dia.
- Prometo jogar PS3
- Prometo acompanhar de perto a Copa do Mundo
- Prometo (acho que é 3a ou 4a vez) terminar meu curso de sushi.
- Prometo ler mais
- Prometo mergulhar
- Prometo manter a linha de no máximo 1 treta por semana no Facebook
- Prometo, como quase sempre, emagrecer (valor inicial: 88kg)



quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Olhares

Já peguei o hábito de caminhar pelo Centro de São Paulo após o almoço. E com duas curvas diferentes, encontrei-me nas Arcadas do Largo São Francisco.
Dia de matrícula. Não sei se primeiro dia, mas tinha pouca gente. Noto 2 calouros, um rapaz e uma moça. Igualmente magros, um corpo castigado por ficar horas na sala de aula e na mesa de estudos. Olhares perdidos em rostos magros e pintados. Vencedores, não duvidem disso.
O vestibular parece ser o último rito de passagem para a vida adulta que restou em nossa cultura. Ser "de maior", beber pela primeira vez, tirar CNH... todas essas coisas estão diluídas e algumas delas sequer acontecem tamanhas são as mudanças de perfil da sociedade. Também é um rito pouco inclusivo, mas isso é outra discussão.
Eles não sabem, mas sentem que estão iniciando uma fase decisiva em suas vidas. Não poderiam estar mais certos. Serão 5 (6, 7...) anos em que formarão as bases de suas carreiras profissionais e amizades sólidas. Já provaram ser competentes em estudar, está em suas mãos criar uma base consistente.
Em comum, os dois pareciam sem ideia do que fariam a seguir. Almoçar, comprar um livro, voltar para casa ou correr gritando até a praça da Sé. Devem ter 17 ou 18 anos, mas daqui dos meus 43 a dúvida parece legítima. Neste momento, são maiores que o mundo, cada um deles.
Caso algum vestibulando leia isso, digo: sim, você está em uma fase decisiva da vida. Estude, aprenda e aprenda que estudar e aprender são coisas distintas. Faça amigos e inimigos. Ria, chore e chore de rir. E durma o mínimo possível nos próximos anos porque são sim os melhores das suas vidas.
Mó saudade.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Promessas de Ano Novo (Análise 2017)

Precisei adiar por um mês, devido ao relato de viagem. Mas não esqueci não !
Segue auto-avaliação:

- Prometo ver a temporada completa de Nascar e da Fórmula 1, nessa ordem de importância.

Feito. No caso da Nascar, com louvor, vendo a final in loco.

- Prometo mergulhar.

Feito. Uma semana, 15 tanques em Angra dos Reis.

- Prometo não comprar um carro.

Feito. Fácil.

- Prometo passear com os cães pelo menos duas vezes por semana, na média.

Feito, com tendência de aumento para 4.

- Prometo assistir a Star Trek: The Original Series completo, no Netflix.

Feito, com sobras. Estou no final da Next Generation já.

- Prometo ir no Anima Mundi.

Pois é... Não fui. Acabei ficando sem vontade na hora.

- Prometo viajar ao exterior (estudos indicam, finalmente, Egito).

Viajei sim, USA. Mas nada de Egito.

- Prometo aprender a usar a máquina de lavar louça.

Em termos. A operação básica está aprendida sim, mas falta algumas coisas ainda.

- Prometo manter arrumada a mesa do escritório de casa.

Acabou ficando só no final do ano mesmo, mas fiz.

- Prometo passar de faixa, para o 5o twan.

Fiz.

- Prometo terminar o curso de sushi.

Lamentável esta. Fiquei devendo sim.

- Prometo limpar minhas contas do hotmail e do gmail.

Em termos. Melhorou, mas ainda estou a caminho.

- Prometo guardar alguma grana.

Falhei, mas tive que trocar notebook e a viagem foi custosa.

- Prometo não comprar um iphone.

Feito.

- Prometo montar 2 puzzles.

Feito.

- Prometo continuar ateu.

Feito.

- Prometo criar, no máximo, uma treta por semana nas redes sociais.

Feito, acho.

- Prometo terminar um livro de Sociologia prometido para o Zander.

Nah. Avancei, mas nada de tão incrível.

- Prometo reduzir o consumo de refrigerante.

A rigor, eu fiz. Mas ainda está alto.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

USA 6 - Dia 19: Dali Museum

Pouca gente sabe, mas a maior (em quantidade) coleção de obras de Salvador Dali fica nos USA, não Espanha. E fica na Flórida. Não era Orlando, mas Saint Petersburg. Ali perto.
Cheguei com tranquilidade, antes mesmo do museu abrir às 10h. Logo na porta de entrada, senti-me desconfortável, pois eu claramente estava atrapalhando a idade média dos visitantes. Ou das visitantes, pois era uma turba interminável de velhinhas. Por outro lado, as velhinhas ficam no extremo oposto do pior subgrupo possível: os moleques adolescentes barulhentos. Expectativa boa.
E atendida.
Bem.. Salvador Dali foi um surrealista. Significa que as obras deles, descrevendo com minhas palavras, são uma maluquice. Uma maluquice gostosa de ver, com paisagens e/ou objetos impossíveis, composição de elementos dando origem a algo completamente diferente, planos variados de observação (de perto é uma coisa, mas de longe é outra)...
Não obstante, o museu contava, para desespero de Luciana que não estava lá, com uma exposição temporária de uma estilista chamada Schiaparelli. Um enorme barato esse passeio, altamente recomendado a todos. 
Fotos ? Sim, tirei. Mas nada se compara ao original. Ilustro este post com versões baixadas:

foto: "The Disintegration of the Persistence of Memory", Dali Museum, St. Petersburg, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Baía do México

foto: "The Hallucinogenic Toreador", Dali Museum, St. Petersburg, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Baía do México

Depois disso, usei meu terceiro dia de ingresso na Universal. Não tinha muito mais de novo, mas foquei em ficar na área de Harry Potter, a melhor parte dos parques. Gosto muito da foto abaixo, representando o final da viagem se aproximando:

foto: Dragão, Universal Rersorts, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

Depois disso, era empacotar tudo e voltar para casa.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

USA 6 - Dia 18: Universal 2

A segunda ida ao mesmo parque costuma ter um ar diferente da primeira, um sentido de completude. Claro que não há como ver o parque inteiro (ou parques neste caso) em um só dia, então o segundo dia é para cobrir as falhas e erros do primeiro. Não tem como, portanto, ser tão legal quanto aquele. Mas também não tem como ser ruim, na medida em que você faz a gestão da decepção.
Acrescente-se que eu estava cansado pacas, ok ?
Bem... cansado mas não estúpido. Porque 20 trumps no estacionamento é de lascar. Então o Rodrigo, já de carro arrumado, me levou e ofereceu de buscar. Eu até tentei usar o Uber, que ida e volta sairia mais barato que o estacionamento, mas por algum motivo meus cartões não foram aceitos (problema que perdurou por quase 1 mês depois do retorno). 
Lá, optei por entrar pelo Island of Adventures, apenas para ser diferente. Sinceramente, é uma entrada muito mais bonita mesmo. As fotos não ajudaram muito a lembrar a ordem do que eu fiz, mas vamos como der.
Resolvi o enigma da Hulk, não sem me desentender com um péssimo funcionário chamado José. O cara era incapaz de responder se a fila de single riders estava funcionando e insistia em repetir que eu não podia entrar de mochila. A conversa seguiu em loop (3 ou 4 vezes) até o colega dele dar a resposta que eu precisava e queira: "sim". Achei um grupo de armários onde uma mochila podia ser armazenada bem no final do parque (realmente, a troca de armários nesse setor foi bem estúpida) e consegui três rotações sem problemas. Ela foi reformada com algumas novidades desde 2015, mas não vi grandes melhoras. 
Tornei a abusar da área do Harry Potter, com várias passagens seguidas na Forbidden Journey e apenas uma na Escape from Gringotts. Almocei por ali, um combinado de tortas com cara medieval (mesmo restaurante que fui em 2015, outro prato). Atropelei preconceitos e fui no King Kong (superando expectativas) algumas fotos nas lojinhas:

foto: minis de dragão, Universal Resortes, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

Outro ponto foi matar uma pendência ainda de 2011: Poseidon. Amigos me disseram meses depois de eu ir que eu deveria ter ido, pois ia gostar do show de águas. Aquilo ainda estava na minha cabeça e aproveitei a chance. A fila demorou mais que o esperado, o show é um tanto infantil (isso eu já sabia) e... acabei me lembrando de ter ido sim, em 2015. Posso dizer, portanto, que não é marcante.
Encerrei o dia no Animal Actors (show com animais), para descansar o corpo e aliviar a mente. Tipo isso:

vídeo: Animal Actors, Universal Resortes, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando






segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

USA 6 - Dia 17: Treinamento

Mas não acaba isso ?
É, pois é: eu tinha errado as contas dias antes. Felizmente, devo acrescentar, pois ainda havia munição na caixa.
A novidade foi, pela primeira vez, fazer curso em outra língua. Meu colega de treino foi um rapaz chamado Tyler, um texano simpaticíssimo. Até brinquei com ele, dizendo que devia ser o único texano que nunca tinha atirado. Ele respondeu que estava ali para remediar isso.
O exercício mais importante do dia era a recarga tática: trocar de carregador antes de ficar sem munição. E como foi importante: errei diversas vezes o momento da recarga. Só mais tarde, quase na hora de dormir, fui compreender onde estava errando. 

foto: Alvo #1 de treinos, Leesburg, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

Viajar também é comer: jantamos uma pizza típica americana, que fui buscar pessoalmente. Não ajudou em nada a matar a saudade de casa.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

USA 6 - Dia 16: Barret

Acabei mudando os planos de última hora. Tudo fica claro no final. Por que não, né ? É férias! De volta ao campo.
Neste dia, fui praticar mais combate próximo com pistola. O vídeo explica:

foto: Combate com pistola Glock 17 9mm, Leesburg, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando


Havia ainda a chance de atirar com uma Barret .50 Sniper. É essa coisa fofa:

foto: Barret .50 Sniper, Leesburg, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando


Vejam no que deu:

video: Disparo com Barret .50 Sniper, Leesburg, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

Percebem porque eu tinha que ir nesse dia ?
Isso posto, fizemos um churrasco. Não um típico churrasco americano, que teria hambúrgueres, mas carne mesmo. E tinha mandioca, que pela primeira vez na minha vida pareceu saboroso. Alguns colegas de estande estavam por lá, e nos divertimos aos montes. 



































quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

USA 6 - Dia 15: Universal

Não, não estou falando disso:

foto: Igreja Universal, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

Estou falando disso:

foto: Universal Resorts, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando


E disso:

foto: Universal Resorts, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

Universal é, pra mim, o melhor parque de Orlando. Sei que muita gente concorda. Apenas esclarecendo, quando me refiro ao Universal Orlando Resorts estou incluindo o Islands of Adventures na conta, sempre, por 7 razões. Primeiro, por ser da mesma empresa. Segundo, por ficar ao lado. Terceiro, por haver ingressos que te permitem entrar em ambos os parques no mesmo dia. Quarto, por haver uma atração específica sobre trocar de parques. Quinto, por ser mais barato um ingresso de 2 dias para ambos os parques do que 2 ingressos de 1 dia, usando um em cada parque. Sexto, porque eu quero que a lista tenha 7 motivos. Sétimo, e último, porque o blog é meu e eu escrevo nele como quero. Ou escrivinho nele.
Não tive qualquer dificuldades para chegar lá, como de costume. Esses parques tem acessos fáceis e estacionamentos inimagináveis para um brasileiro que nunca viajou. Comprei o ingressos, não sem o aborrecimento de uma família latina (não eram brasileiros!) um tanto desagradável na fila e entrei.
Já conhecia o parque, era praticamente um veterano de guerra voltando para o terceiro turno de serviço. Então segui direto pelos truques conhecidos (single rider line, fundo do parque antes, etc) e visitei minhas atrações do coração.
A saber: Rockit, Transformers, Mummy, MiB, Simpsons, Spiderman, Jimmy Fallon, Escape from Gringotts, Harry Potter and the Forbidden Journey, Howgrats Express (ambos os lados). Não nessa ordem, necessariamente. Mais de uma vez cada, necessariamente. Exceto Jimmy Fallon, a novidade da vez, e que acabei indo só uma porque nem era isso tudo.
connoisseur perguntará sobre a Hulk. Digo que tive problemas sérios: eles mudaram os armários próximos e tornou-se um saco ir na Hulk assim. Simplesmente não consegui ir. Esse foi o único aborrecimento do dia. 
Adoro aquele lugar. 
Adoro os rides radicais, respeito a tendência de rides com imagens em alta resolução e movimento de cadeira. Fico encantado com cada tijolo do World of Harry Potter. Assombro-me com opções e preços dos souveniers a venda. Quase tive uma síncope quando um senhor chinês pediu uma de cada das varinhas no Oliwanders (são 30 modelos, a 50 trumps cada). Adoro ir sozinho, pegando as filas para pessoas sem amigos (single rider) que acabam indo muito mais rápido que a fila comum. Adoro clima de sábado eterno que tem lá dentro. Adorei, especificamente dessa vez, encontrar a amiga Flávia por lá.
Adorei, como sempre.
Ah, sim ! Eu também estou falando disso:

foto: Universal Resorts, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando






segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

USA 6 - Dias 13 e 14: Concluindo os Treinos

Marcamos, então, 2 dias de treinos em seguida. Era a coisa mais inteligente a se fazer.
A verdade é ideia para exercícios não faltam. Pode-se repetir movimentos, repetir cover, troca de mão, combinar elementos... Não tem muito limite nas ideias não. De modo resumido, continuamos a praticar tiros com pistola em vários tipos de situações de combate próximo. Nesses dias, finalmente ganhei alguma prática com o CAR - central axis relocation, postura muito útil em espaços confinados.

foto: AR-15 em empunhadura c-clamp, Leesburg, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

video: exercício com pistola, Leesburg, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando


Notável foi usar o calibre 22 (tanto rifle quanto pistola), e seu preço (menos de 10 trumps por caixa com 500 munições). Dá para passar um dia com uma caixa dessas, ficar entediado e ainda sobrar um restinho no fundo... Acho interessante praticar alguns fundamentos com um custo tão baixo.
Como causos paralelos, foi ter notado, em uma das compras, o PINPAD me dando instruções em português sobre inserir senha. Tirei até foto !

foto: PINPAD em português, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

Peço perdão pelo relato curto, não tem muito como descrever item a item o que foi treinado. 




segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

USA 6 - Dia 12: Disney Hollywwood Studios

Há que se dizer que o parque está em obras. Há que se dizer que muita coisa legal estará pronta no final deste ano (2018), início do ano que vem. Há que se dizer que algumas atrações de cinema em geral estão desativadas, ficando praticamente um parque de Star Wars com as atrações mais antigas, enquanto as novas ainda não chegaram. Há que se dizer que continua ducaraio.

foto: walker no Disney Hollywood Studios, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

foto: Hollywood Tower no Disney Hollywood Studios, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

foto: Indiana Jones no Disney Hollywood Studios, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

As fotos acima são meras imagens, não retratam o espírito, a diversão, a festa que é estar lá. Parque sempre organizado e funcional. Fomos em um dia vazio ainda por cima.
Em linhas gerais, as atrações mais legais foram Star Tours, onde se vê uma história de Star Wars com partes variáveis: cada vez que você vai, as partes podem mudar. Eu ainda dei azar, pois uma delas (a última) parecia travada e foi a mesma em todas as 4x que fui no brinquedo. Supondo um sorteio honesto, as chances disso acontecer são 1:256. Yes, I´m telling you the odds
Fui duas vezes na clássica Hollywood Tower, vi o show completo do Indiana Jones (que tinha perdido um pedacinho quando fui em 2011) e ainda andei na Aerosmith Rollercoaster, boa como sempre. 
Como o cansaço bateu cedo e ainda faltavam 3h para o show Fantasmic, acabamos por ir embora sem ele, o que foi uma pena. Mas foi uma decisão tomada com racionalidade. 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

USA 6 - Dias 10 e 11: Lojinhas e Mais Lojinhas

Estes foram dias meio administrativos, meio off-circuit.
Dado que o carro do Rodrigo estava uma draga, eu acabei ajudando ele com um monte de coisas, a começar pelo mecânico. Pagamos contas, passamos no correio, no advogado, compramos coisas para a casa... Essa foi a parte chata.
A parte boa foi vistar diversas lojas nerds, daquelas que o turista comum não sabe que existe. Coliseum of Comics, em duas unidades, se destacaram. 
O que me impressionou mais no dia todo foi a segunda delas, em um shopping (mall, como eles dizem lá), com enorme área para jogo de RPG. Há duas mesas gigantes, com montes de miniaturas e props para jogo. Tudo isso grátis. Tem ainda uma sessão de anúncio de campanhas, procurando jogadores. Coisa extremamente old school, em um clima de cooperação incrível. 


foto: mesa de jogo na Coliseum of Comics, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

A loja tinha livros de tudo que era sistema, e ainda uma enorme área de quadrinhos antigos e novos. Nos antigos, coisas acima de 100 dólares, raridades mesmo. 


foto: action figure na Think Geek, Orlando, Florida, USA

créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

Como visto acima, ainda teve uma Think Geek, outra loja de nerdices. Com o devido respeito, legal pacas, mas caro pacas também.
É um relato curto, pois foi um dia de pouca diversão e muita arrumação. E nem por isso, chato.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

USA 6 - Dia 9: Gun Show

Sim, dormi até tarde nesse dia. Descansar é preciso...
Nem tanto assim, vai! Levantei e fui às compras. Eu tenho uma maneira bastante lenta e irritante de comprar coisas. Pesquiso demais, comparo demais e fico mau humorado no processo. Por isso, é melhor estar sozinho nisso.
Fui a um dos outlets e pesquisei tênis e roupas esportivas, já descartando o segundo conjunto: muito caro. Mas vi opções interessantes de tênis, particularmente da Nike, minha marca preferida mas não exclusiva. Já estava por terminar quando recebi uma ligação do Alexandre, avisando que ele estaria no Gun Show à tarde. Peguei as instruções, que pareciam simples e corri para ou outro outlet, finalizar a pesquisa. Incidentalmente era onde tinha um Five Guys para almoçar...
O Gun Show foi a maior concentração de armas que já vi em um mesmo lugar. É uma feira de vendas, onde lojas e revendedores de armas e equipamentos de uso paramilitar mantém estandes simples e bem ajustados. 

foto: caixas com carregadores variados, Orlando, Florida, USA
créditos: Diretoria de Áudio-Visual Asimovia - Divisão Orlando

O próprio local tinha um estande maior onde era feitas ali mesmo as checagens de antecedentes obrigatórias para se tirar o porte de arma na Florida. Eram atendidos mais de 2 pessoas por minuto, para se ter ideia. 
Sei lá, nem adianta dizer que eram 2 galpões com mais de 10 mil metros quadrados de revólveres, pistolas, carabinas, fuzis, carregadores, munições, facas, coldres, porta-carregadores, cintos, botas, coletes, miras, ferramentas, kits de limpeza, kits de personalização, peças de reposição, equipamentos de segurança, mochilas, calças, agasalhos, camisetas, barracas, refeições de campanha, cantis e, pasmem, até um blister com remédios para envenenamento radioativo. Errei ao não tirar essa foto e não me perdoo por essa.
De lá, jantamos no Grand Corral, um buffet "coma até morrer" bastante honesto.