quarta-feira, 30 de março de 2016

Angra dos Reis 2 - Dia 3: Fechando a Conta

Antes de retomar a narrativa, uma correção. Relendo os dias anteriores, talvez não tenha ficado claro que tudo o que fizemos o tempo todo foi sob supervisão. O fato de estamos planejando os mergulhos e até mesmo fazendo a navegação sozinhos não significa que o Flor de Lis (Rogério, para os íntimos) não estivesse por perto o tempo todo.

Acordamos mais cedo, porque domingo é puxado mesmo, sempre. Tomamos café e embarcamos para os últimos dois cilindros do final de semana.

O primeiro cilindro (Log #31(foi para finalizar o profundo. E assim o fizemos, mais ou menos. Bem, a certificação saiu porque não fizemos nenhuma besteira. Mas houve dificuldades, claro. Chegamos a 28m de profundidade, novamente enfrentando correntes frias a 11m e outra a 18m. Já aos 16m, durante a cuidadosa e suave descida notei que estava ficando com a vista embaçada. Embora eu não enxergue picos-micos sem óculos, ao entrar na água a máscara me ajuda bastante e tenho leitura perfeita do computador de mergulhos. Não desta vez: a leitura estava embaçada, provável efeito de narcose por nitrogênio.
Chegamos lá e nos reunimos em formação fechada, pois a visibilidade era muito baixa, embora melhor que na véspera. O exercício de fazer contas na prancheta não foi possível para mim, pois eu não enxergava a escrita. Pelo menos eu pude avisar isso e não fiz nenhuma besteira. 
Subimos para cerca de 7m, onde a temperatura estava muito boa, e lá fizemos o exercício de busca em padrão circular. Eu não sabia usar a carretilha, mas aprendi às pressas. Acho que podia ter tido uma explicação do aparelho antes, mas vá lá. Tive problemas para ficar parado no fundo. Talvez para esse tipo de atividade eu devesse usar mais lastro. Não sei. O importante é que deu certo.

O segundo cilindro (Log #32seria usado no Pinguino, naufrágio famoso na região. Já tinha perdido esse local antes (link) e lá ia eu apenas ver a distância o diacho do barco outra vez. Mas é a vida: estávamos apenas fazendo provas, não deveríamos nos estressar por falta de turismo. E o Pinguino não vai sair dali.
O primeiro exercício era fazer um padrão quadrado expandido de busca. Combinamos a formação antes e levamos um tempo conseguir aplicar o combinado. Aqui, a maior vitória não foi conseguir, mas o processo. Sem interferência de ninguém, reiniciamos o exercício duas vezes até dar certo. E deu: demos duas voltas completas, aumentando o quadrado em 3 pernadas a cada ciclo. 
Isto feito, Flor nos chamou e indicou que o objeto a ser encontrado (uma garrafa de água com areia dentro) estava na lateral direita do Pinguino, no fundo. O grupo funcionou com perfeição aqui. Fomos para  a lateral traseira direita, combinamos uma formação em linha, descemos até próximo ao fundo, ajustamos a flutuabilidade e partimos para a busca a 16,5m de profundidade. E logo na primeira passada eu e Luciana achamos a garrafa. Ficou a dúvida sobre quem achou primeiro, pois quando eu olhei para ela pra avisar, ela estava apontando a garrafa. Vitória. Flor ainda nos ensinou a usar a lift bag, que é um artifício simples e inteligente para se fazer boiar coisas. 
Deu tempo ainda para um breve passeio por um dos decks e subimos, vencedores. E certificados.

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