segunda-feira, 27 de abril de 2015

Campeonatos Regionais

Claro que vez por outra, em dezenas (mais de 100 em alguns casos) de edições cada um, algo sai diferente. Mas é raro.
Então segue um resumão permanente dos campeonatos estaduais de futebol pelo Brasil, para o amigo leitor opinar:
  • Paulista
Blá, blá, blá.
semifinais: São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos. Dois deles reclamam da arbitragem e do regulamento.
finais: Dois grandes. Um deles reclama da arbitragem e do regulamento.
Festa, fogos, briga de torcidas.
  • Carioca
Blá, blá, blá
ver Paulista.
  • Mineiro
Blá, blá, blá
finais: Cruzeiro x Atlético
2015: putz, não era a final ?
  • Baiano
Blá, blá, blá
finais: Bahia x Vitória
2015: Ops, Vi errado.
  • Gaúcho
Blá, blá, blá
finais: Gre-nal.
  • Cearense
Blá, blá, blá
finais: Fortaleza x Ceará.


Entenderam porque estou parando com isso?
#partiuNascar

sábado, 18 de abril de 2015

Foto do Dia

Segue, tirada ontem no Carrefour Taboão da Serra:


O que me chamou a atenção inicialmente foi o Whisck, na segunda linha. Depois lemos com calma e achamos:
- "Daniei", na primeira linha
- "94,90 R$" na segunda linha
- "Daniei", na segunda linha
- "94,90 R$" na terceira linha
- "189,80" (o que ? Reais, patacas ?) na quarta linha
- falta um "." entre "cada" e "o" na quinta linha.
- "cojunto" na sexta linha
- "47,45" (o que ? Reais, patacas ?) na sétima linha.

E só depois eu notei que a conta está errada, e a economia é de R$ 47,48. Nove erros em sete linhas, burro agudo.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

PSN, ou como fazer uma burrada em cima de outra

PSN - Play Station Network - é uma rede da Sony para que consumidores possam acessar conteúdos diversos em diversas plataformas. Isso inclui PS3, PS4, PSP, Vita...
Isto posto, estou a poucas horas de me render ao Netflix. Já estava planejado para janeiro, mas acabei adiando um pouco. Sei que tem algumas maneiras diferentes de acessar, e tinha optado por fazer isso pelo PS3. O leitor menos conhecedor ainda não ligou as coisas, e mesmo eu fiquei surpreso. Marquei o momento para este final de semana para aproveitar a visita do amigo Maurício Jabur. 
Liguei meu PS3 na última quarta-feira para atualizar o sistema. Não tenho jogado esses meses, e achei por bem me antecipar à visita do Maurício. Até aí, ok. Ontem fui entrar no aplicativo Netflix dentro do PS3, só pra ver que cara tem. Então, né...
A primeira estranheza foi dupla: ele pediu para que eu me conectasse à PSN antes de entrar no Netflix. Não vejo a menor razão para essa exigência (talvez o leitor possa me explicar), mas o fato é que eu já tinha uma conta n PSN desde que comprei meu PS3 em 2011 e deveria conectar automaticamente, embora eu mal a use. 
Fui no menu específico e ele resolveu implicar com a minha senha. Pedi para redefinir a senha e recebi um email. Ok. Reativei a senha no notebook e voltei pro PS3: agora eu não podia conectar no PS3 pois estava usando a senha em outro dispositivo. Volto ao notebook e quem disse que você pode deslogar?
Irritante, não? Pois mal comecei.
Falei com o Maurício, que me indicou um caminho altamente obscuro para remover aparelhos de sua conta PSN. Boa ideia, mas o link estava fora do ar.
Perdi a paciência e criei outra conta. O nomes de usuário que eu queria estão ocupados, provavelmente por mim mesmo pois não imagino outro NorsonBotrel por aí.O problema seguinte foi com o endereço, que ele cismou não existir. Com muita paciência, gerei o usuário e o sistema mandou um email na conta registrada para eu ativar o email. Ativação esta que não funcionaTenta, troca, reinicia, volta, tentar, redigita... Nada.
Voltei então para a conta antiga, e tive uma enorme surpresa: "você não pode conectar com uma conta que não é sua". 
COMO ASSIM ? A conta é minha, o console é meu, a senha está certa e ele não quer que eu conecte! Se a senha está correta, há diversas explicações para isso, inclusive uma visita querendo acessar a PSN dele, oras.
E novas tentativas de ativar a nova conta no novo email continuaram falhando a noite toda. Pela manhã, liguei o notebook para tentar novamente. Vai era era uma instabilidade na rede... Não era, continuei sem poder validar meu email.
E quando chego ao trabalho, resolvo dar uma de louco e tento novamente. E eis que funciona!
Patético.
Sony, pede pra sair.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Armadilhas Mentais

Um recente novo leitor deste blog gostou do post sobre liberação das drogas e me sugeriu algo equivalente sobre a liberação da prostituição. Evidentemente é um assunto próximo e paralelo, mas logo pensei:
"Talvez eu faça sim, não custa agradar um leitor engajado. Mas não sei se é tão pertinente, afinal nenhuma mulher é presa no Brasil por prostituição, na medida em que não é uma atividade ilegal".
Já grifei os dois pontos centrais do que falarei. Se o amigo leitor não notou, caí não em uma, mas duas armadilhas mentais. Senti-me envergonhado, a esta altura, depois de tantos textos. Faço uma autopenitência então. O machismo e o brasilianismo foram os dois erros.
Embora seja claro que a maior parte dos profissionais do sexo sejam mulheres, reduzir o assunto a elas é patético, mesmo a nível mental. Homens também trabalham nisso, não é de hoje, e não são poucos. Não achei dados para corroborar minha afirmação, mas basta ver que não é assunto novo nem na cultura popular:




Mais que isso, esqueci a quantidade de países onde a prostituição é crime. O link mostra informações detalhadas sobre 100 países, e há problemas de legalização na maior parte deles.

Falemos do óbvio então. Assim como qualquer outro tema de foro íntimo e pessoal, não cabe ao Estado interferir na vida privada do cidadão. Sei que pessoas com forte (ou mesmo fraco) ímpeto religioso são incapazes de aceitar isso, mas não é problema seu o que outra pessoa faz ou deixa de fazer, nem com quem e nem porque, desde que todos os envolvidos sejam maiores de idade e aptos a tomarem decisões. Fim.
Qualquer que seja o argumento usado contra a prostituição acabaremos esbarrando cedo ou tarde, em geral cedo, em alguma alicerce bíblico na argumentação. Assim como no caso do aborto, tema que tratei neste blog há quase 3 anos. 
Note-se que nada mudou.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Estag-flação

Estag-flação não é um termo técnico, amigo leitor. É uma expressão em economês comum (se é que isso existe) para representar o cenário econômico no qual uma economia vive ao mesmo tempo dois problemas sérios: estagnação (baixo, nulo ou negativo crescimento econômico) e inflação
O leigo percebe apenas parcialmente o problema. Ambos parecem coisas ruins e desagradáveis e que precisam de medidas relativamente sérias para seu combate. E a junção das duas apenas parece uma combinação de azares, algo como um sujeito quebrar uma perna e pegar uma gripe ao mesmo tempo. A situação é muito pior do que isso, porém.  No caso da estagflação, o remédio de problema um dos problemas causa o outro e vice-versa. Explico.

Uma das melhores maneiras de se incentivar o crescimento econômico é o governo espalhar dinheiro no setor produtivo, nem que seja necessário imprimir moeda. A técnica mais usual hoje em dia é a redução das taxas de juros. Com juros mais baixos, as pessoas (físicas e jurídicas) tem menor propensão a deixar suas economias em aplicações e passam a procurar alternativas no setor produtivo. Projetos com menores taxas de retorno mudam da coluna "não atraente" para "atraente" por conta disso. Mais dinheiro circula, o que significa aumento de demanda por alguns bens e serviços, que vêem espaço para reajustes de preço. Ou seja, causa inflação
A segunda medida é a redução de empréstimos compulsórios por parte dos bancos, o que coloca mais moeda disponível para empréstimos. Os bancos passam a praticar mais empréstimos e novamente mais dinheiro circula, como acima. Inflação
A terceira e mais perigosa opção é a impressão de moeda. Neste caso, o dinheiro é injetado diretamente na economia na forma de gastos do governo. Em uma mesma tacada, há mais meio circulante e pressão em preços. Novamente, inflação.
Perde quem não sabe se defender da inflação, mas no geral, o país retoma os trilhos do crescimento.

Já o combate à inflação costuma passar pelo corte de liquidez. Os principais remédios são exatamente o oposto do visto acima: elevação em taxas de juros e aumento de empréstimos compulsórios. Observe-se o perigo da impressão de moeda, pois o oposto dela seria o governo queimar dinheiro para que ele deixasse de existir. Fazendo-se a conta acima ao contrário, isso deprime o mercado, podendo levar á recessão.

A estagflação, nosso momento atual, é a junção dos dois fenômenos. É como precisar emagrecer sem poder fazer exercícios. É como precisar acelerar o carro com uma curva fechada a frente. É como precisar atacar o time adversário com um jogador a menos em campo.
Aos que pensarem em contestar o fenômeno, basta ver os números:
Inflação: 8,13% anual no acumulado dos últimos 12 meses. 
Crescimento: 0,1% anual.
É exatamente, portanto, o cenário de desastre, provocado por anos de política econômica voltada para incentivo ao consumo pelas classes baixas (importante !) sem correspondente cuidado com a produção. 
Os caminhos agora são 3, e o governo não quer fazer nenhum deles:
- combater a inflação e afundar na recessão
- combater a recessão e deixar a inflação subir ainda mais
- combater os dois ao mesmo tempo, com um ajuste de contas sem precedentes no país. 
E agora, Dilma? Tem coragem de cortar a máquina? Tem coragem de desalojar seus amiguinhos dos milhares de cargos de (des)confiança para reduzir os custos do governo?

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Lost

Escrevo antes de acontecer, mas o leitor pode estar atrasado.
Em menos de 2h, teremos o momento Lost:


Sim, é a data em formato americano. Mas ainda diverte.
Que pena que teve um final tão imbecil. Essa série tinha potencial para ter sido a melhor da história. 

terça-feira, 7 de abril de 2015

E se liberar ?

Meu post sobre a liberação das drogas gerou perguntas. Algumas delas eu mesmo havia previsto durante o texto, mas como ele ficou longo optei por deixar para a segunda parte. Aqui estou, então.
O ponto central que ficou em aberto parece ser de amplo escopo, mas na verdade pode ser resumido em uma só pergunta: quais as consequências disso? Se preferirem outras redações, temos algo como "Mas e o drogado dirigindo carro?", "Inocentes morrerão por causa disso" e afins. 
Tudo verdade.

Sim, amigo leitor, você leu certo. eu concordo com essas afirmações e vou mais longe. Seguem algumas coisas que imagino que possam acontecer em um período de 5 anos:
- o consumo total de cada uma das drogas vai aumentar (muita gente não consome apenas por ser proibido)
- o consumo assumido de drogas vai aumentar vertiginosamente (muita gente consome escondido por ser proibido e não vai mais precisar se esconder)
- alguns acidentes de trânsito levarão as vidas de algumas vítimas que não consumiram qualquer tipo de entorpecente. 
- as overdoses aumentarão um pouco mais do que a quantidade total consumida, pois serão alguns novatos azarados (para não dizer burros agudos) exagerando na brincadeira.
- aumentará um pouco, no médio prazo, a quantidade de doenças relacionadas ao uso de drogas (AIDS por exemplo). O mesmo para pneumonia, hepatite, insuficiência renal e outras.
- algumas pessoas perderão o emprego/carreira/amigos/família por causa do consumo de drogas. Será um número maior que o consumo total, pois isso já acontece hoje, mas a liberação acabará com as travas legais ao consumo, o que pode ter esse efeito nefasto em uma parte dos usuários.

Agora vamos a algumas coisas que não acontecerão:
- não teremos hordas de milhões de zumbis dependentes vagando pelas cidades em busca de mais uma dose, pela simples razão de que a maioria das pessoas não tem o menor interesse em experimentar essas coisas, eu incluso.
- não teremos uma explosão de casos de violência por parte dos dependentes, pois a quantidade de dependentes não aumentará significativamente.

O ponto é que essa medida tem por objetivo fazer nossa sociedade sair dessa adolescência planetária e finalmente entrar na fase adulta. É como aquele jovem querendo encontrar seu espaço no mundo e sai de carro, bebe um pouco mais do que deve e beija mais do que consegue contar. Se não deixar o cara bater um pouco a cabeça, ele não amadurece nunca.
A analogia é interessante em outras camadas. Assim com alguns adolescentes erram de forma trágica aqui não seria diferente. Como disse, overdoses, acidentes, tragédias pessoais e mesmo mortes acontecerão. Até aí, já morremos por balas perdidas e atropelamentos por motoristas alcoolizados, então... Mas isso nos levará ao patamar seguinte, onde seremos coletivamente capazes de lidar com substâncias psicoativas sem nos matarmos no processo.
Não tenho a pretensão de dizer quanto tempo isso levará. Talvez uma geração inteira, talvez ainda mais que isso. Mas acho que enquanto não dermos esse passo juntos continuaremos a vermos uns aos outros como crianças cuidadas por outras crianças.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Libera !

E agora, depois de uma semana sem entreter meus leitores, volto com aquela vontade eterna de polemizar. Afinal, como diz Dr. House, "se você não incomoda ninguém, o que há de errado contigo?"
Acho que o título do post acabou sendo spoiler, mas vamos ao ponto. Sou favorável a liberação total, completa e irrestrita de todas as drogas para pessoas maiores de idade. Como sou favorável à redução da maioridade penal, vale para os novos maiores obviamente. Mas tratarei disso outro dia, para compartimentalizar um pouco as coisas.
Ao contrário de outros temas, como aborto e pena de morte, este posicionamento é incrivelmente recente para mim. Sou um sujeito pró-escolha desde os 12 anos, acho. Pena de morte um pouco antes. Mas a questão das drogas foi mudando com o passar do tempo, e de muita leitura. Até uns 5 anos atrás eu era um forte opositor, o que derruba qualquer mito de que eu tenha opiniões formadas e totalmente sólidas (para o bem ou para o mal) sobre qualquer assunto.
A base disso vem por dois caminhos distintos, um dos quais tomei conhecimento há menos de um mês. Vamos pelo mais simples primeiro, ou tão simples quanto ele pode ser.

Para começo de conversa, não é novidade que não gosto de intervenções governamentais na vida privada das pessoas. Na verdade, eu não gosto de intervenção alguma. Meu primeiro contato com isso foi ainda criança, acho que aos 8, quando descobri a tal censura. Foi lendo aqueles certificados de autorização que apareciam antes de cada programa da tevê. Sim, alguém lia aquilo. Achei muito esquisito aquilo, e meu pai se enrolou todo para explicar o que era a tal censura (What?!) para um garoto que não sabia o que era Ditadura Militar. Não o culpo. Mas culpei o governo de imediato: era burrice aguda decidir o que as pessoas podem ou não assistir. 
Anos depois, achei absurda a proibição do aborto (What?!) desde uns 5 minutos depois de me tornar favorável ao direito de escolha. Ok, essa foi rápida e relativamente prematura. Mas não cabe ao governo entrar na minha casa e dizer se minha esposa pode ou não abortar: cabe ao governo construir escolas, hospitais, infraestrutura econômica, proteger os cidadãos e regulamentar a economia. .
Por analogia fiquei pasmo, por volta dos 16, quando descobri que homossexualismo era proibido em muitos lugares e já havia sido proibido em todos os lugares. (What?!) Não sabe ao governo regulamentar quem deita na cama de quem, oras.
Ainda podemos listar várias outras coisas estranhas no mundo de hoje, variando de lugar para lugar: religiões obrigatórias (What?!ou proibidas (What?!), filmes banidos(What?!), livros queimados(What?!), Inquisição(What?!), tortura (What?!(sim, eu descobri a tal Ditadura Militar) e por aí foi, e ainda vai. E com o tempo cheguei às drogas.
Assim como não faz sentido o governo entrar na minha casa para escolher o que eu leio, assisto, rezo ou com quem durmo, não faz sentido regular o que eu consumo. Claro que eu quero orientação e indicação: é a tal regulamentação. Mas proibição não aceito. E demorei demais para chegar a esse ponto, devo admitir.
Poxa vida, por que eu posso comer quilos de gordura e me matar por consequência da obesidade ou excesso de colesterol, mas não posso usar cocaína? A diferença química entre cocaína e cafeína, aquela da Coca-Cola e do café, é a apenas a concentração necessária para provocar os mesmos efeitos. Por que uma pode e outra não? Por que tabaco e cannabis não (como cantou Rita Lee)? As respostas do tipo "porque vicia", "porque faz mal" e "porque é feio" são igualmente válidas após uma análise racional e livre de paixões ideológicas.

Mais recentemente o amigo Ivan Leal trouxe outra visão disso, pelo lado biolegal da situação.
De acordo com o site cobras.com.br, exitem 36 cobras venenosas no Brasil. A urutu-cruzeiro, por exemplo, tem um veneno que mata em 2h um adulto de 70kg. A jararacussu é menos perigosa pois não chega a matar adultos, mas com crianças ainda é mortal.
Mudando para plantas, fui ao site da Fiocruz. Destaquei duas, que já cansei de ver em jardins por aí. A flor copo-de-leite pode envenenar por ingestão ou contato, mas não chega a ser mortal. Já a incrivelmente popular e feia coroa de cristo tem uma seiva venenosa. Dessa eu lembro bem de um vizinho que se acidentou ao cortar uma em seu próprio jardim e passar umas duas semanas em tratamento para evitar perda de visão. Tipo assim, isso assusta uma criança, entende?



No entanto, nenhum desses quatro seres, dois animais e dois vegetais foram banidos do bioma brasileiro pelo governo. Claramente os efeitos desses quatro envenenamentos são mais danosos do que o consumo de muitas, talvez todas, as drogas hoje proibidas em quase todo o mundo, inclusive no Brasil. Por que?
Por que o governo pode banir a cannabis ou a coca em nosso bioma, mas deixa outras muito mais perigosas "a solta" ? 
Não amigo leitor, não quero destruir espécies inteiras porque são perigosas. Mas tipo assim, não quero destruir nenhuma delas. Daí o título do post: Libera

Pois é, ficou longo e não terminei. Há considerações ainda, que deixo para os próximos dias.