terça-feira, 30 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 15: Speyer

Sabadão em Speyer. Coisas para fazer não faltavam, verdade seja dita. Um pouco cansados de igrejas, deixamos a Catedral local para outra oportunidade. E como eu não convenceria o André a visitar Hockemheim, isso também ficou adiado. No final, o dia inteiro foi dedicado a um museu: Technik Museum, um museu de inovações tecnológicas.
Trata-se de um museu de invenções que acabou bem focado em meios de transporte. Sim, havia máquinas de costura antigas, roupas, chips de computador, uma área apenas para a exploração espacial... Mas havia veículos. Entre veículos, aviões. Entre aviões, havia um Antonov An-22. E putaqueopariu, como o Antonov é grande. Mas estou me adiantando aqui.
Logo na entrada, vimos que o local tem uma extensa exibição de filmes científicos em IMAX. Com tudo em alemão, poderíamos deixar o texto para lá e curtir as imagens. Valeria a pena ir em uma das sessões e escolhemos Planeta Azul, à tarde.
Entramos e fomos alegremente recebidos por um trem estacionado lá dentro. Ao lado dele, um Juckers Ju-88 parcialmente recuperado da 2a Guerra, pendurado no teto. A foto a seguir é uma panorâmica desse primeiro pavilhão, para se ter uma vaga noção de quanta coisa tem lá:


Listemos de modo geral o que tinha, então: máquinas diversas, roupas de época, motos, carros, trens, ônibus, aviões, carros de bombeiro, aviões, objetos da exploração espacial, miniaturas de um monte de coisas, barcos, um  submarino e, claro, o Antonov. Eu já mencionei que o Antonov é grande?
Havia mil curiosidades, e é impossível fazer de 1% delas. Foi bem interessante um carro elétrico americano produzido em 1909, por exemplo. Ou veículos que, em suas épocas, bateram recordes de velocidade. Ou um submarino para um tripulante, terrivelmente apertado, e com seu respectivo torpedo acoplado. Ou um dragster alemão. Ou um dos primeiros carros de bombeiro com escada. Ou um Antonov. 
Do lado de fora, ficavam os veículos realmente grandes. Vários trens e aviões na primeira parte do patio. Tinha um F-104 desmontado, um F-15, meu caça preferido e muitas outras coisas. Um dos destaques era um Boeing 747 alçado 45m acima do chão, e inclinado. E você pode entrar dentro dele, inclusive das partes estruturais. 


É de queimar os miolos imaginar como diabos eles ergueram o 747 a esta altura. Ainda assim, ele é menor que o Antonov. Muito grande o Antonov.
Depois seguimos para o segundo galpão, focado na, mas não exclusivo da, exploração do espaço. Havia painéis com todas as missões espaciais do homem, em suas diversas fases. Peças usadas em diversas delas e fotos muito interessantes. O destaque era um dos protótipos do ônibus espacial soviético, o Buran. 


Para fins de comparação, o Buran era pouco menor que o Ônibus Espacial Americano, mas claramente tinha o mesmo propósito. No entanto, o Buran não seria utilizado decolando sozinho, ao menos em princípio: ele decolaria a partir de um... Antonov.
Então chega: hora de visitar o Antonov:


Tirei esta foto em na parte mais frontal do compartimento de carga, com o André junto à rampa de abertura. A área de carga tem 26,4m de comprimento por 4,3m de largura máxima e 4,3m de altura máxima. São 113m2 de área (mais que meu apartamento !) e 650m3 de volume aproveitável e 80 toneladas de carga. Caberia todos os livros que produzi em minha época de Daemon Editora (11 anos), juntos, em suas tiragens e reimpressões totais. Dentro dele, há 4 guindastes de 2,5 toneladas em dois trilhos suspensos. Sim, ele é grande
Passamos o restante do passeio comentando o quanto ele é grande. Entramos em um barco, em um submarino, em um museu de miniaturas e passamos na loja, mas nada mais parecia interessante perto do tamanho do Antonov. Muito grande

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 14: Saarbrunchen

Na cidade de Trier, fizemos um circuito básico e ágil. Ao lado do Centro de Informações Turísticas já estava o primeiro ponto, a Porta Nigra. Trata-se de uma construção romana que serviu a vários propósito, inclusive igreja, ao longo dos tempos. Originalmente, no entanto, era uma passagem de entrada para a cidade, com um tenebroso cercado para capturar inimigos. 

(foto: Porta Nigra)

De lá, fomos para o Rheinishes Landmuseum, e sua deliciosa coleção de objetos romanos. Destaque para os maravilhosos mosaicos, em excelente estado de conservação. A vidraçaria preservada também tira o fôlego.

(foto: mosaico)

Imperial Baths foi a parada seguinte: uma obra mastodôntica iniciada quando a cidade foi elevada a capital da região, mas nunca terminada. Era para ser uma casa de banho a altura do seu governador, mas os ventos sopraram para outro lado 3 décadas depois e a obra foi reaproveitada de diversas maneiras sem jamais ter aquecido uma gota de água sequer. 

(foto: subterrâneos das Imperial Baths)

(em algum ponto desse dia ainda passamos em uma catedral, mas enfim...)
A última parada do dia em Trier foi o Anfiteatro.  Eu nunca estivera em um, e não tem com o não pensar no padrão FIFA nestas horas...

(foto: visão superior do Anfiteatro)

Depois pegamos estrada para uma das coisas mais bizarras que já vi na minha vida. Völklinger Hütte. É um lugar que, longe de ser único no mundo, traz uma experiência quase indescritível. Trata-se de uma gigantesca siderúrgica fundada em 1881 e fechada em 1986. Desde então, todo o equipamento foi abandonado e vai se decompondo com o tempo. Alguns setores tem variados graus de vegetação (natural ou plantada) que iniciam um processo de retomada, bem ao estilo de filmes pós-apocalípticos. Caldeiras, fornos, tubulações, carrinhos de carga, linhas de trem, silos de estoque... está tudo lá com seu típico cheio de óleo queimado e sofrimento físico, tamanho o calor, mau cheiro e partículas suspensas no ar que o lugar tinha. São 7km de corredores a serem explorados pelos curioso visitante, e não eram tão poucos assim. Chega-se a 90m de altura, com ótima visão da fábrica. 

(foto: Völkinger Hütte)

Tão interessante quanto o passeio é a curiosa falta de informações sobre ele na internet. Os verbetes na wikipedia são incrivelmente curtos e incompletos. 
Que dia, viu ?


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 13: Nurburgring

Amigo leitor, foi um dia de altos e baixos. Mas vamos aos fatos.
Saímos de Colônia e seguimos para o Sul. De lá, tínhamos algumas ideias para ver durante o dia. Primeiramente, fomos a um bunker da época da Guerra Fria, capaz de suportar todo o governo da Alemanha-então-Ocidental em caso de guerra. Furo: sem maiores explicações, o local estava fechado. Parece que havia um evento, mas a má vontade do guarda local o impedia de explicar, conversar ou até se interessar pelos visitantes. 
Seguimos para Hommervilla, um sítio arqueológico de uma quase-vila em excelente grau de conservação. Visitamos o local com toda calma do mundo, e montanhas de fotos foram tiradas. Há partes das pinturas originais preservadas, para que se tenha uma ideia. Interessantíssimo. Saímos quando um grupo de antigos moradores chegou, possivelmente para reclamar o direito de posse do local (explicação da piada: era um grupo de turistas idosos, o mais novo devendo ter uns 85 anos).

(foto: paredes preservadas na Hommervilla)

Depois, fomos para um teleférico visitar um ponto alto da região, mas o mesmo estava fechado e parecia mesmo estar abandonado. 
Com dois furos, decidimos reduzir as tristezas em uma terma, já em Ahrvalley. Nem podia tirar fotos, mas porque diabos eu me fotografaria em uma piscina aquecida em vez de usar a tal piscina?
E de lá, amigo leitor, um sonho a ser realizado. Fui para Nurburgring dirigir na temida e famosa pista que quase matou Lauda em 1976. O local é aberto com regras relativamente simples a serem cumpridas: mantenha a linha da direita, não force o ritmo, seja responsável, pegue leve e não se ache piloto se não for. E não se ache piloto mesmo se for.
Enfim, segue o video da aventura.



A pista é, sim, infernal. Difícil pacas, longa, indecorável, traiçoeira. As curvas fecham o raio no meio, exigindo correções. As retas, bem, não ficam lá: foram para Hockenheim ou outro lugar. Há vários trechos de pontos cegos, saltos, zebras que mudam de altura. 
Ou seja, um tesão de guiar.

domingo, 21 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 12: Colônia

Pois vamos a mais um dia de passeios muito bons aqui na terra de Schumacher, Bismark, Beckembauer e Bruce Willis (sim, ele é alemão).
Pela manhã, terminei o passeio pela Catedral, já relatado ontem aqui. O caminho de trem teve um primeiro passo bem feio, onde peguei o trem certo para o lado errado. Mas ao descer na estação seguinte, descobri que era apenas um caminho mais longo para a estação central e tudo se resolveu.
Depois da Catedral, fui ao divertido Praetorium. São as ruínas da casa do governador romano da região, preservadas em seu local original. Diversas paredes podem ser vistas a meia altura, com boas explicações do que se vê. Vale a visita sim.


(foto: Praetorium)

Nhac-nhac, fui para o Schokoladenmuseum. Cara a entrada, devo dizer. Mas entrei. O primeiro andar me pareceu bem médio. "Bem médio" é um eufemismo criado por Alberto Ciccone para dizer "uma bosta", mas eu evito palavrões aqui. Então estava "bem médio". No final do primeiro andar a coisa melhorou subitamente, pois havia uma fábrica de chocolate em escala semi-industrial. Não era possível ver tudo, apenas a parte da secagem e embalagem era aberta e visível. Mas atraía pelas cores e odores. E logo ao entrar no segundo andar entendi o propósito da minha ida lá. Há um local onde se pode fabricar o próprio chocolate escolhendo-se os recheios entre umas 25 a 30 opções. Isso mesmo amigo leitor: crie sua receita de chocolates!

(foto: Museu do Chocolate)

O terceiro andar ainda trazia uma interessante coleção de embalagens de várias épocas.

O Deutsches Sport & Olympia Museum me deixou um pouco chateado. Depois de um início empolgante, onde haviam expostos diversos modelos de medalhas olímpicas incluindo as dos Jogos de 1896, a restante foi bem comum. Recordações guardadas, fotos, imagens e quase nenhum fato novo para mim.

(foto: medalha olímpica de 1896)

Jantamos comida chinesa de qualidade duvidosa.

sábado, 20 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 11: Colônia

Amigo leitor, no ritmo de 1 postagem a cada 2,5 dias vai ser difícil terminar os relatos junto da viagem. Estou fazendo meu melhor, mas tem locais em que a internet é horrível (como ontem, em Saarland). Espero que você não percam a paciência comigo. Kolner Dom era um dos passeios que eu mais esperei para ver. Já sabia que a Catedral de Colônia é uma espécie de Godzilla das catedrais, então eu queria muito vê-la pela imponência e exagero. Talvez por ter tido choques maiores na Inglaterra, o impacto não foi tanto mas, de fato, ela merece sim a visita. E como merece.
Depois de subir os 509 degraus da torre sul e ver como é a intrigante cidade, visitamos os tesouros da catedral e finalmente por dentro. Acabam sendo 3 passeios em um local. A visita guiada foi apenas no dia seguinte pois, sem maiores explicações, cancelaram a das 14h30 do dia em que chegamos. Mas já aproveito e relato tudo de uma vez.
Exagero é a palavra de ordem aqui. Grande, forte, firme. Já vi mais belas e mais detalhadas, mas não mais sólidas do que esta. Se o objetivo era oprimir pelas dimensões, deu certo. O visitante se sente engolido por um monstro tão grande que ele sequer se dá ao trabalho de mastigar. As partes laterais, onde outras catedrais tem partes mais baixas ou capelas internas, ainda fazem parte do principal. Quando reparei que não havia Bíblias para os visitantes, completei:
- Para que Bíblias impressas se você pode ter janelas ?
São tantas que deve ter centenas de passagens nos vitrais. É sem noção, usando linguagem corrente.


(foto: um humano de braços abertos mostra o tamanho das colunas)

O mais belo dos vitrais está fotografado abaixo, e é chamado sem injustiça de sinfonia de luz. Feito em 2007, contém diversas simetrias internas, que deixo para o leitor pesquisar. Fabuloso.

(foto: o mais belo dos vitrais, do lado Sul)

Na parte interna, há um relicário de ouro pesando uns 300 Kg contendo, não mais e nem menos, os crânios e partes do torax dos 3 reis magos (cof, cof.). Modéstia não passou por aqui mesmo. O tal relicário fica em uma sala exposta e sem acesso, vigiada 24 horas por dia. 
Ao fundo, há capelas e homenagens a santos. Uma delas tem uma cruz feita no ano 970 na qual Jesus não tem um dos dedões, tamanha quantidade de gente que já tocou nele e acabou por desgastar. 
Enfim, mamute. 
O Röman-Germanisches Museum foi uma gratíssima surpresa. Não que coisas romanas não sejam bosa de ver, mas é justamente esse meu ponto: aqui na Europa é relativamente fácil. E quando se acha algo acima da média, melhor mencionar. 
O local tem alguns mosaicos deslumbrantes, tanto pela qualidade quanto pelo estado de preservação. Como era uma região rica, os artistas dispunhas de muitas variações de cores para trabalhar, e os resultados eram lindíssimo.


(foto: mosaico em vista superior)

Além dos mosaicos, a vidraçaria é imponente, assim como jóias, moedas e bustos de mármore. Ainda tem armas, utensílios e uma interessantíssima passagem arqueológica que vem desde a Idade da Pedra Lascada. Vale demais o passeio. E valeu demais o dia.





quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 10: Aaschen e Maastricht

Que tal um dia corrido, só para mudar (gasp !) o clima ? 
Acordamos cedo para irmos à Catedral de Aaschen, onde Carlos Magno foi enterrado. Construída em estilo carolíngio, ela é diferentona, mais escura que as góticas. Os detalhes são diferentes, as proporções também. Posso até dizer que é pequena.

(foto: fachada da Catedral de Aaschen. Fala se eu não manjo de arrumar céu bonito...)

Antes das 10h, já tínhamos ingresso para ver os Tesouros de Carlos Magno, exposição que está por terminar. Outro local sem fotos, amigos, por razões compreensíveis de segurança. Interessante dizer que muitos objetos não eram exatamente dele, nem exatamente da época dele. Digamos que havia peças em homenagem a ele feitas no século XIII.
Já a Arte de Carlos Magno era mais para arte do que para tesouros, e nem por isso o esquema de segurança era menor.
Seguimos para o Rathaus, novamente sem poder tirar fotos. Era um amontoado inesperado de gente, com os belíssimos afrescos explicados através de projeções e mais peças de... Carlos Magno. 
Uma overdose...
Se o amigo leitor acha que isso é um dia atribulado, saiba que isso era hora do almoço ainda. Pé na estrada e fomos para a Holanda, em Maastricht. Alguns sustos na estrada: meu GPS não tem o mapa da Holanda e a Internet caiu na fronteira. Seguimos por placas, e logo notamos a mania holandesa por ditongos. Chegamos sem maiores problemas.
Fizemos então um walktour pelo centro velho da cidade, em ritmo de tartaruga curiosa. Interessante como os holandeses são altos, calmos, tranquilos, felizes e falam inglês ainda mais que os alemães. 
O passeio bacana foi a catedral de Maastricht, em homenagem a um santo que morreu no ano 389. Exato, amigo: o cara tá lá a 3x a idade de nosso país. 


(foto: linda fachada da Catedral de Maastricht)

Jantamos ali mesmo, vendo as holandesas (3 para cada holandês) passarem pela praça. Uma dupla de amigos jogava futebol americano, um cachorro latiu alucinadamente para eles (ganha um doce quem adivinhar a raça e a cor do bicho). Em seguida, outro da mesma raça e cor passou todo orgulhoso carregando uma bolinha na boca: claramente o dono conhece sua cria e sabe como calá-lo. E mais holandesas passando, a pé, de bicicleta e algumas com asas, eu diria.
Jantei um par de focaccia de queijo brie, mel e nozes. Chorem de inveja. 
E mais holandesas passaram...

Alemanha 1 - Dia 09: Bruhl

Confesso que minha primeira reação ao chegar ao Augustusburg foi negativa: embora lindo, tinha aquela frescura de não poder tirar fotos lá dentro, além de ser uma visita guiada a toque de caixa. Mas o local é uma gigantesca concentração de desnecessidade em beleza. É a melhor maneira de explicar o que é Barroco. 
Depois de visitar, eu concordo com a proibição de se tirar fotos lá dentro: o local ficaria apinhando de gente o tempo todo. Eu mesmo perderia fácil uma hora só na escada de entrada, sem exagero. Descrever obras (de qualquer arte, arquitetura em especial) barrocas é um trabalho para J. J. Benitez e seus infinitos adjetivos.  Vou resumir como uma exasperante combinação de mármores, requinte, vidros coloridos, detalhes, metais nobres, cuidados redobrados, pedras preciosas e encenação. Ostentação para humilhar qualquer funkeiro.

(foto: Augustusburg ao fundo do jardim principal)

Falkenlust é um coisinha menor, a uns 5km de Augustusburg, posse do mesmo Augustus Clements. Quando ele estava entediado, e não consigo imaginar isso em um sujeito que servia jantares com 37 pratos (é sério !), ele movia seu secto para este local, ainda dentro da propriedade principal dele. Era um puxadinho onde ele ia para praticar falconaria.
O dia terminou com o já narrado final do museu da história recente da Alemanha. 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 08: Bonn

Acordamos cedo e tocamos o pé no barco. Muita coisa para ver em um mísero sábado.
A primeira do dia foi a curiosa Dopplekirch, a Igreja Dupla. Trata-se de uma igreja de dois andares que separava catolicamente os ricos nobres no andar de cima e gente diferenciada no andar de baixo. As fotos tentam mostrar em 2D o efeito 3D obtido. O passeio teve a curiosidade de ter sido feito às pressas e apenas com base na boa vontade da curadora, pois um casamento iria acontecer lá. Enquanto saímos, vimos chegar alguns convidados e até um dos padrinhos. Gratidão a ela.

(foto: Dopplekirche, andar inferior)

(foto: Dopplekirche, andar superior)

Como aperitivo de um grande passeio em Munique, visitamos a filial Deutsches Museum Bonn do irmão grande de lá. O museu mostra as princiais inovações tecnológicas a Alemanha pós-guerra. Há uma parte dedicada a Wolfgang Paul, não sem motivo pelo que pudemos ver.

(foto: metade de um acelerador de partículas construido por Wolfgang Paul)

(foto: prêmio Nobel de Física de 1989, recebido por  Wolfgang Paul)

Sim, foi a primeira vez que vi um Prêmio Nobel e tenho profunda admiração por cada um e todos os vencedores.
O Museum Koenig, de História Natural, é bacana. Vale a visita, e olha que foi o pior do dia. Tem partes com anfíbios e répteis vivos, além de sistemas ecológico inteiros representados.

(foto: dente de sabre)

Gratíssima surpresa foi o Haus der Geschichte der Bundesrepublik Deutschland, museu da história da Alemanha pós-guerra. Não foi possível vê-lo inteiro mas, já me adiantando, terminamos ele no dia 09, então vai um relato completo.
O museu passa todas as fases da história recente, com muitas fotos, videos e peças preservadas. Explica um monte de coisas que eu nem fazia ideia, como o surgimento do movimento ecológico e suas ligações não tão simples com o pacifismo, a competição econômica entre as duas Alemanhas, a evolução da qualidade de vida, casos relacionados ao Muro de Berlin, tentativas anteriores de unificação e coisas assim. Um destaque curioso foi para a última sala, onde um mapa mostra a distribuição da Volkwagen pelo mundo, sendo decorado com um supertrunfo brasileiro e em português.  Ainda não carreguei as fotos no notebook, mas tenho provas aqui sim.
(foto: latas e caixas de mantimentos enviados para alemães famintos)

Embora o guia informasse que o museu fechava às 19h, fomos expulsos às 18h. A turma de Bonn não gosta de trabalhar.
E assim terminou amavelmente um excelente dia de passeios.

sábado, 13 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 07: Bonn

Já me adiantando na narrativa, achei Bonn uma cidade preguiçosa. As coisas funcionam por menos tempo do que se espera por aqui, inclusive contrariando informações constantes em folhetos do centro de informações turísticas. Aliás, o próprio centro abriu uma hora mais tarde que o esperado. Irritante.
Mas é uma bela cidade, onde convivem carros, ciclistas, pedestres, bondes, trens e metrôs harmoniosamente. Só não tem moto aqui, o que talvez explique a harmonia. Na verdade, é minha tese: quanto menos motos em um lugar, mais tranquilo é o trânsito.
Começamos o dia pela Catedral de Bonn, também chamada Munster Basilika. Pequena e elegante, ela se destaca pelas peças em mármores combinados de seu seu interior. Eram 4 montagens muito bonitas, das quais destaquei uma:

(foto: interior da Munster Basilika)

De lá, fomos ao centro, onde tivemos que esperar. Compramos um cartão de visitas a museus e seguimos para o estranho Rheinisches LandesMuseum, que só abria às 11h e não permitia fotos. Isso sem contar com uma terrivelmente mau humorada atendente na entrada. O museu é ok, tem peças interessantes, mas está em reforma. Além disso, mistura partes romanas, com arte local, com sala para crianças com uma exposição impressionista.

(foto: Leal no centro de informações turísticas para este blogueiro fingir que foi no museu)
 

Motivados a reverter o cenário, fomos para o Arithmetic Museum, o que eu posso chamar de Museus das Calculadoras. Seria médio se não fosse permitido (e incentivo) o uso de algumas peças em exposição. Eu achei a raiz quadrada de 121 em uma calculadora mecânica ! Louco demais. Também se pode notar a diferença entre a engenharia alemã e a norte-americana. 

(foto: calculadora oldschool)

Compramos um pão com queijo de duas belas feirantes na praça central e fomos para o Beethoven-Haus, museu que homenageia o que talvez tenha sido o maior de todos da música. Interessante, mas é para fãs dele. Sem dúvida, o museu mais vigiado que visitamos, ainda assim, sem que os olhares tenham sido intrusivos. Sem fotos também, lamento.
Ainda deu tempo de passar em uma livraria para o Leal fazer outra farra com livros e quebra-cabeças e jantamos por ali, um hamburguer interessante com uma quase doce cerveja Paullaner.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 06: Rhein

Agora pegamos estrada e seguimos Reno abaixo (é norte, mas é pelo curso do rio). Não é mais hora de correr, mas de apreciar. 
Começamos por Burg Rheinfels, um castelo em ruínas preservado, cujo atrativo eram os túneis. Mentira: o castelo inteiro é um enorme barato de se visitar. Tínhamos duas horas para ficar ali e foi corrido pacas para cumprir os dois ciclos propostos. Ver as enormes paredes, algumas com 4m de espessura, e as torres sempre me faz imaginar a vida naquela época. As posições de defesa, cozinha, estoque de mantimentos, quartos... tudo parece divino de imaginar.


(foto: courtyard em Rheinfels)

Já em Boppard, pegamos um teleférico para ver a vista do alto do Reno. Nem adianta escrever nada:

(foto: onde o Reno faz a curva)


O problema agora era tempo, pois foi quando percebemos que dois dos passeios ficam na outra margem do rio. Aceleramos até Stolzenfels, o segundo castelo do dia.

 (foto: jardim em Stozenfels)

Foram 15min andando morro acima até chegar à entrada de uma visita guiada em alemão, saindo apenas de hora em hora. Isso foi ruim: embora o local seja lindo, custou muito tempo e matou o terceiro castelo do dia. Também não era possível fazer fotos internas, mesmo sem flash.
Loreley era a última parada, por insistência minha. É uma das lendas que dá origem às sereias. Vimos as duas estátuas, a que fica no mirante e a que fica na ponta de um istmo. 

(foto: Loreley)

Por fim, ainda pudemos zanzar um pouco pelo centro de Koblenz antes de chegar a Bonn (e todos os seus possíveis trocadilhos) para dormir.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Alemanha 1: Dia 05: Rhein

Concluí hoje que passear pelo Reno é um saco. Cada cidadezinha merece ficar o resto da sua vida. Alguns ficam, mas eu vou seguindo. Tonto... Tudo aqui é incrivelmente calmo, limpo, organizado, tranquilo, fácil, simples e gostoso, não necessariamente nessa ordem, mas todos eles. 
Começamos saindo do hotel depois de um bom café da manhã e pé na estrada. Chegamos a Bingen, onde visitamos o Historiches Museum am Strom. O ponto alto do museu para eles é tudo que se refere à Hildegard von Bingen. Para nós, era a coleção de 67 instrumentos cirúrgicos do século II, a maior do mundo para aquela época. 

(foto: instrumentos cirúrgicos de um médico romano)

De lá, rodamos pelo Promenade, tirando fotos do outro lado do Reno que havíamos visitado dois dias antes. Perecia tão perto... Tentamos entrar na Basilika, mas nada parecia aberto e não achamos humanos para perguntar nada.
Almocei waffle de Nutella em um restaurante italiano, com 4 jovens italianos que não entendiam picos micos do que eu falava, mas nunca faltou boa vontade.
A tarde teve não um, nem dois, mas três castelos: Burg Rheinstein, Burg Reichenstein e Burg Sooneck. Embora eu tenha gostado deles em ordem decrescente, todos foram ótimos passeios, com lindas vistas e detalhes da vida medieval que se aprende toda vez que se vai a um lugar desses. 


(foto: Rheinstein)

Alemanha 1 - Dia 04: Mainz

Relato feito com atraso, mas o mesmo carinho...
Acordamos um pouco mais cedo, pois era um dia longo pela frente. Experimentamos o primeiro café da manhã em hotel, pois estávamos comendo na rua, estação de trem, andando entre museus ou algo assim. Mais para algo assim. Na da mal o café da manhã, devo dizer. E eles tem Nutela por tooooodo lado.
Caminhamos a pé um tanto, apreciando as belezas de uma cidade média. Atravessamos um rio e, a caminho do centro de informações turísticas, topamos com uma entrada típica de Além da Imaginação.

(...to the Twilight Zone.)


Compramos um cartão vale-tudo e seguimos a pé à catedral principal de Mainz. Por aqui, isso é chamado de Dom. No caso, Dom St. Martin. Uma grata surpresa foi ver uma feira livre europeia na entrada. Uma delícia de ver, e de comprar pão. E frios. E queijo, claro. Tem muito menos barracas que as nossas, menos vendedores de mais coisas e, surpresa, espaço entre as barracas! Quem quer passar reto pela feira simplesmente consegue.
Entramos na Dom. Sem dúvida, uma bela obrada, mas nada que tenha arrancado suspiros. Estamos guardando o momento de chegar a Köln, evidentemente. Tem menos ostentação que as inglesas, e já posso dizer que é uma tendência: os alemães são mais comedidos. 

(foto: closter da Dom de Mainz)

Comemos uma parte do pão e um curioso queijo de cabra.
Depois, seguimos para o Gutemberg Museum, que presta tributo à impressão mecânica. Conta desde a invenção e suas técnicas primitivas até as máquinas Hidelberg de hoje em dia. Mostra a evolução das fontes, tem salas especiais sobre jornalismo, impressão na China, Japão, Coreia, Egito e Mundo Árabe. Apenas como dado, das 190 (aproximadamente) Bíblias 42 (como são chamadas a primeira tiragem feita por Gutemberg), 49 ainda existem inteiras ou em pedaços. Lá ficam expostas 3. Sensacional. Sem fotos, amigos: era proibido.
Na lojinha, lembranças para duas queridas leitoras doentes. Acusem-se nos comentários se tiverem coragem. 
De lá, fomos para o curioso Museum für Antike Schifffahrt. Criado a partir de 5 barcos romanos localizados enterrados próximos às margens do Reno, este museu analisa a questão das frotas fluviais romanas, dando uma pincelada na história da construção de barcos. O dado curioso é o apagão que aconteceu entre os séculos 12 e 8 aC, de quando não há barcos localizados.
Estranhamente, não acho minhas fotos de lá, mas nada crítico: o backup do Leal é este notebook.
Decidi fechar o dia e fui para o hotel descansar as pernas, enquanto o Leal fazia um último passeio. Ele ainda achou um diacho de um pote de sorvete Mövenpick de Walnut Mapple por ridículos E$ 2,50. Foi nossa janta.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 03: Rüdesheim au Rhein

Reservamos a manhã de segunda para assuntos burocráticos. Depois de fechar a estadia no hotel, partimos para a estação de trem pegar o carro. Resolvemos tudo sem dificuldades, mas não peguei o carro que eu queria. Tive que me contentar com um Seat Toledo. É a 5a vez que alugo carros em viagens e nunca consegui um carro de marca do país local...
Depois, fui brigar com meu chip de celular. Eu estava bolado com a questão do sinal. Tinha hora que eu conseguia ligar para a namorada, tinha hora que não, ele dava uma mensagem. Isso se alternava. Embora a internet estivesse perfeita, eu também queria voz. Voltei à loja que só abriu às 11h. E o atendente, outro, explicou que esse chip não era bom para ligações internacionais: era bom apenas para ligar para a própria Alemanha e para a Turquia. Exato amigo leitor: em menos de um dia de Alemanha, fui enganado por um turco. Depois reclamam da fama que têm...
Pé na estrada, e isto nos acontece:



foto: velocímetro antes de chegarmos a 180km/h

Comprei meus primeiros 2 jogos desta viagem (Camel up e Istanbul), e seguimos para a estrada, rumo a Kloster Eberbach. Trata-se de um ex-monastério (não é mais local sagrado) onde viveram monges cistirceanos e, em 1985, foi filmado "O Nome da Rosa". A região também é famosa pelos vinhos, dizem. Eu não entendo nada de vinho, mas entendo alguma coisa do filme e dos irmãos cirticeanos. 
Foi um passeio mediano, embora muito bonito. O mosteiro está totalmente urbanizado e tive dificuldades em localizar os locais de filmagens. 

 foto: quarto dos lay brothers, que eu acho ter sido usado como biblioteca no filme

De lá, viemos para o hotel fazer checkin. Deu certo, como quase sempre. Pé na estrada de novo, agora para Rüdesheim au Rhein, uma coisinha simpática às margens do Reno. O museu dos instrumentos musicais se mostrou uma coisa preguiçosa. Apenas tours guiados são aceitos, de no mínimo 4 pessoas, e estávamos apenas eu e André. Não fecho grupo até 16h30, eu simplesmente não tenho vontade de voltar. 
Pegamos um teleférico para ver uma estátua famosa, mas que me escapa o nome.


Depois, andamos cerca de 1h10 roubando uvas e caminhando em trilha de terra batida, até o Burg Ehrenfels, um castelo em ruínas:


Mais 40 minutos até Assmannhausen, onde pegamos um trem de volta a Rüdesheim. Jantamos por lá, uma porção de queijos e um prato de salsicha, repolho e pão. Só alegria. Apenas nos sentimos estranhos por estarmos atrapalhando, e muito, a idade média dos turistas locais. Tinha restaurante onde era proibido entrar com cabelos não-grisalhos, ou pelo menos parecia isso.
A volta foi meio heróica, pois os 2 celulares tinham um total de 6% de carga. Mas a memória do Norson e o poder de localização do André nos trouxeram para o hotel sem erros. 
Puf-puf...

domingo, 7 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 02 - Frankfurt

Lembram que eu falei que ia melhorar? Pois é...
Começamos o dia caminhando pela cidade até o Museu de História Natural. É um lugar complicado pra mim, que me interessei pelo tema há pouco tempo. Tudo parece novo e incrível. Tipo assim:

Foto: humano embaixo do fóssil de uma baleia azul

De lá, um contratempo: a linha U5 do metrô estava fechada, com avisos em alemão. Demoramos um pouco para percebermos. Quando já havíamos executado um plano B, eu achei um ônibus marcado como dessa linha, algo similar à Operação PAESE de São Paulo. O duro é que o metrô daqui não tem humanos trabalhando, apenas máquinas. Não há para quem perguntar. Isso mesmo: você pode entrar, pegar o metrô sem pagar e ninguém nota. E ninguém faz.
Seguimos a pé mais um pouco e paramos para uma pizza por volta do meio-dia, pois não tomamos café da manhã. Muito boa, eu digo: pepperoni com pimenta chili. 
De lá, fomos ao Explora, uma espécie de museu das ilusões. Não tirei fotos dali, pois nem tinha como. Muita holografia, efeitos 3D, quadros tipo Olho Mágico e afins. Divertido, mas muito caro para o que apresenta. O destaque foi que, pela primeira vez, consegui enxergar o efeito 3D do tal Olho Mágico. Eram 22 anos tentando sem muita vontade, mas finalmente descobri que não é um engodo como eu achava.
Saímos de lá às 14h, e não havia dúvidas: Zoológico. Embora nosso guia de viagens disse que é um zoológico mediano, achamos ele bastante honesto. Grandes felinos, répteis, macacos, peixes, pinguins, morcegos, grandes mamíferos, lontras. Nada me surpreendeu, mas foi um passeio de 4,5h bastante divertido e fisicamente cansativo.





Saímos de lá às 19h, quando fecha o lugar. O objetivo era gastronômico: comer um handkäse mit musik. É um prato local que faz uma massa de queijo com cebola. O que pode ter errado nisso?
Deu um trabalho do cão para achar. A cidade morre aos domingos, e muitos restaurantes não abrem. Havíamos pego uma dica com a atendente do hotel, que nos indicou um bairro meio baladeiro e fomos para lá. A dica se mostrou ótima, mas ainda dei trabalho até achar aberto algum local. Pergunta, dica, pergunta, outra dica... fomos refinando até conseguir. Custava E$ 3,50 e veio isso:

(foto: handkäse mit musik, com apfelwine -  vinho de maçã)

Depois ainda pedimos schnitzel, uma versão local do milanesa, só que de porco. Porco a milanesa. E os italianos se achando espertos...
No hotel, banho, planos para os próximos dois dias, reserva de hotel e o André descobre que eu sou esperto: vamos pegar o carro a 2 quadras do hotel.






sábado, 6 de setembro de 2014

Alemanha 1 - Dia 01: Frankfurt

A primeira coisa a explicar, amigo leitor, é que já sabemos que Alemanha não se visita em 20 dias. Ou 30. Ou 120. Serão muitas vindas para cá, tanto que vamos cobrir algo entre 1/4 e 1/5 do país desta vez. Aguentem.
A viagem começou muito bem pelo belíssimo Terminal 3 de Cumbica. Surpreendente, amigos. 
O voo foi em um Boeing 747-800 com telas individuais onde ver a porcaria do Godzilla e o mediano Moneyball. Jantar, café da manhã, essas coisas. Houve alguma turbulência no voo, mas me senti no fretado da PRODESP e isso embalou o sono.
A chegada foi tranquila também. Passamos numa boa pela Imigração e Alfândega, compramos um bilhete de trem e rapidamente estávamos no Hotel Corner que fica, alguém?, em uma esquina.
Como o quarto não estava pronto (chegamos antes do horário mínimo de checkin), largamos as malas aqui mesmo e pé na rua. 

Frankfurt é tida como uma cidade financeira, chata se sem graça, com poucas coisas para ver e fazer. 


Se isso for verdade, fodeu: não consigo ir embora deste país. Um monte de livrarias, lojinhas interessantes, uma arquitetura fenomenal que mescla velho com novo harmoniosamente e sem sobressaltos. Lindíssimo.
O primeiro lugar a ir foi a Main Tower, um prédio de 53 andares do qual se pode ver a cidade toda. 


Genial, não ?
Bem, depois fomos à Kaiserdom, a maior catedral da cidade, onde acontecia um casamento. Pois é... Isso nos obrigou a visitar o museu de arte sacra primeiro, depois o da da catedral, e depois sua torre. Os museus não eram lá dos maiores, mas bem dispostos. Não havia explicações em inglês, o que agilizou as visitas. Destaque para um cálice no museu da catedral feito em 1507. Como eram judeus os joalheiros e ourives da época, o cara instalou um monte de estrelas de David na base da peça.





Diversão pura. 
Na volta, uma frankfurten weiner com mostarda e, claro, cerveja. Muito bom, gente.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A Bola e o Racismo

Amigo leitor, peço desculpas por três dias de ausência por aqui. Dois dias de Congresso e um em inferno astral informático complicaram bastante meu acesso. 
Nesta semana de pré-viagem, o assunto que destaco é a punição recebida pelo Grêmio pelo caso de racismo. Em um resumão, durante o jogo Grêmio x Santos pela Copa do Brasil, o goleiro Aranha, negro, foi chamado de "macaco" por alguns torcedores tricolores. Uma delas foi filmada no ato e desabou um mundo de críticas. 


Pessoalmente, sou da tese do #somostodosmacacos sim, então não entendo porque isso é ofensivo, nem porque isso é direcionado apenas a negros. Sério: eu não entendo. Mas aceito a declaração de que é ofensivo e não vou discuti-la. Voltemos ao ponto.
Ocorre que o caso ganhou repercussão (como sempre) e o time gaúcho foi denunciado (como semrpe), julgado (como sempre) e condenado (como nunca) pelo ato: multa e exclusão do torneio. É similar ao que defendi aqui, em um caso muito mais sério, com consequências palpáveis e mesuráveis.

Sinceramente, estava mais do que na hora de alguém fazer alguma coisa séria nesse assunto. Quero ver agora punirem homofobia de igual para igual. Quero ver punirem quando o alvo da ofensa (racismo, homofobia ou outra) for a torcida adversária e não um jogador específico. Afinal, o crime é o mesmo. 
Mas também deixo a pergunta sobre como garantir que um torcedor do time A não vá ao estádio com a camisa do time B para arrumar uma punição para o rival. Lembro de um caso, mas não consegui achar links ou detalhes, de um time na Itália nos anos 80, quando a sua torcida foi ao jogo de um adversário pelo título com a intenção de arrumar uma briga, interditar o estádio e levar o jogo entre seu time e aquele para campo neutro. Funcionou na época, e não vejo porque não funcionaria hoje. 
Mas é preciso tomar cuidados.